Castro de Oleiros

O Castro de Oleiros é, pela importância histórica, o principal atractivo da freguesia de Bemposta. Em 1999, o monumento foi classificado Imóvel de Interesse Público, uma distinção que já veio tarde – actualmente, já pouco resta deste que foi um dos pontos mais importantes na afirmação da Nacionalidade.

O castro inicial foi construído, em tempos pré-históricos, num ponto estratégico pela altura e por estar diante do rio Douro, controlando o acesso fluvial junto à desembocadura do rio Tormes. O povoado fortificado foi reforçado pelos romanos, dado controlar a via que ligava Miranda a Zamora, servindo como base de descanso e reabastecimento para as tropas em viagem.

Acredita-se que Bemposta teve um papel essencial na fundação de Portugal, por na zona se terem registado diversos confrontos com as tropas de Leão. Há partes das ruínas que, pelas características que ainda preservam, serão da época lionesa.

Actualmente, uma parte das muralhas ainda resiste ao tempo, mas também foram encontrados outros vestígios arqueológicos. No museu Abade de Baçal (Bragança) estão depositadas duas lápides funerárias em mármore, bem como uma estela também em mármore.


"Inferno"

Do antigo castelo edificado pelos Templários resta “o Inferno de Bemposta”, que se acredita ter sido uma saída subterrânea e à volta da qual se desenvolveram várias habitações. Contudo, hoje está tudo em ruínas.

O “Inferno” é composto por duas partes: por baixo do “Purgatório”, que era a casa de habitação, encontra-se uma sala cavada na rocha, que durante séculos foi usada como adega. Nesse compartimento repousavam as pipas de 200 almudes, sendo complementado com um segundo compartimento, onde existe uma fonte cavada na rocha, e por um túnel de saída com cerca de 80 metros.


Capela de Santo Cristo

A inscrição numa pedra frontal indica o ano de 1580, não havendo registos da construção ser anterior. Uma pintura a óleo com moldura dourada, restaurada a mando do padre António Maria, evoca o calvário em Jerusalém. Nesta capela que existem frescos renascentistas, descobertos quando o padre Bento Pires, em 2002, procedeu ao restauro do edifício.

A 29 de Agosto de 2003, coincidindo com o 80.º aniversário do religioso, foi declarada a inauguração do restauro.

 


Pelourinho

O outro monumento classificado (a 11 de Outubro de 1933) de Bemposta é o Pelourinho. Símbolo da importância administrativa de uma localidade, este monumento é composto por uma plataforma, uma base, uma coluna e um remate com motivos decorativos.

Instalado com o foral de 1512, o Pelourinho de Bemposta é em granito e com fuste cilíndrico, capitel em forma de quatro “braços” e pinha cónica. Contudo, o principal destaque reside das armas portuguesas, inscritas ao contrário.

 

 

 

 


“Bodegas”

Nos terrenos rochosos envolventes à aldeia encontram-se as “bodegas”, espaços que serviam de adega e de depósito para fumeiro. São, na maioria, grutas naturais ou escavadas que serviam para arrecadação de pipas de vinho, de presunto e de enchidos.

Ao nível do solo eram feita as lojas da lenha, do azeite, das alfaias e das batatas, entre outros.

 

 


Faia d’água alta

A nível do património paisagístico destacam-se as arribas sobre o Douro e, mais em especial, algumas quedas de água.

Uma das mais impressionantes é a “faia d’água alta”, localizada onde a ribeira de Lamoso se precipita, numa altura de 60 metros, para a ribeira de Bemposta. No meio existe um caminho que pessoas a gado atravessam sem se molhar.

 


Ribeiras com biodiversidade

A freguesia é rica em água, mesmo descontando já o imponente rio Douro. Existem seis ribeiras (Hortelosia, Cachiça, Meloal, Costureira, Lamoso e Penedelo), nascentes e represas.

A abundância de água e as características morfológicas permitem que em Bemposta haja uma elevada biodiversidade, especialmente ao nível da fauna. Além das aves de rapina que deliciam os visitantes do Douro internacional, vivem nestas terras e nestas águas lontras, mergulhões, patos, garças cinzentas, carpas, lagostins vermelhos, cágados, rãs, sanguessugas, alfaiates, lapas, búzios e pequenos peixes conhecidos por “rainhas” ou xardas.